segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A aparente impotência de Deus!

Sempre que ocorre uma tragédia que causa fortes comoções nas pessoas, nunca faltam indivíduos que atribuem tais acontecimentos a Deus. Certamente são pessoas boas e piedosas, mas que, graças a uma falsa imagem que foi atribuída a Deus, muitos se desviam da verdadeira fisionomia do Deus terno que, em um grande impulso de amor, criou o homem com uma dignidade superior até aos anjos que habitam no céu.
Diante de tal entendimento, devemos nos perguntar: Como é possível que Deus, sendo tão amoroso, pode permitir que ocorra tragédias do tipo que ocorreu em Santa Catarina? Como pode Deus permitir que pessoas boas sejam atingidas por sofrimentos de proporções tamanha que quase não se pode suportar? Por quê Deus não evita tais calamidades, afinal de contas ele não se diz tão bom para as com homens, obra prima de suas mãos? Como pode acontecer que alguns vivam tão bem, enquanto muitos outros vivam sufocadas por sofrimentos tão atrozes, que se assemelham a alimentos atravessados na garganta?
Evidentemente, todas essas indagações são legítimas e, creio eu, até mesmo Deus as entende e as respeita quando pessoas, em estado extremo de amargura, se perguntam onde está Deus em momentos de dor infinita. Contudo, a doutrina da Igreja Católica fala de "uma aparente impotência de Deus". De fato, existem algumas coisas que Deus decidiu não poder!

Ele não pode, por exemplo, deixar de amar o homem, mesmo que este decida para sempre não precisar D'ele; Ele também não Pode interferir na liberdade humana, pois espera que a sua criatura amada o procure por um ato deliberado. Além do mais, é, precisamente a liberdade, o elemento fundamental da dignidade que Deus imprimiu no homem. Quem ama não aprisiona!

Mas, como responder a questões tão pertinentes e tão concretas como estas que os noticiários tem mostrado nesses últimos dias? Na verdade, o que ocorreu em Santa Catarina, foi decorrente de um uso irracional da natureza. Há décadas o homem vem agredindo o meio ambiente sob o pretexto de progresso econômico que visa o bem estar. Entretanto, isso trouxe desajustes tremendos para o ciclo ambiental! Desse modo, dá para perceber que a culpa não é de Deus, ele é apenas um bode expiatório nas mãos do homem.

Além do mais, creio que devemos nos preparar para catástrofes naturais maiores, visto que o desequilíbrio ambiental que o homem, por um ato livre, provocou na natureza ganhou proporções tais que não se pode mais calcular.

Tudo isso que foi dito, a meu ver, serve para responder as outras indagões na ordem do sofrimento humano. O homem sofre: isso é um fato. Mas, a causa não está em Deus! Se averiguarmos bem, a fonte de todo sofrimento está no mal uso da nossa faculdade volitiva.

Portanto, convido a todos a conceder a absolvição a Deus.